Foco na literatura com Gustavo Dourado! Cordel do Cerrado
1.
Caatininga...Cerrado
Caatanduva, Cerradão
O Campo Limpo e o Cerrado
A savana do Sertão
O bioma planaltino
No alto plano da nação
2.
Cerrado da Calliandra
Das matas de galeria
Mata ciliar e seca
Sempre-viva à luz do dia
Campos sujos, cerradões
Mil veredas da poesia
3.
O rupestre, denso, ralo
Os murundus e palmeiral
Guerobas e babaçus
Macaúbas, buritizal
Do típico seco e úmido
Vertem o Planalto Central
4.
O fitobiogeográfico
Bioma monumental
No Brasil e Paraguai
E no Planalto Central
O domínio do cerrado
Forma vegetacional
5.
Bioma: savana e campo
A floresta estacional
Tocantins, Goiás, Bahia
Minas e Brasil Central
Mato Grosso, Sul e Norte
E Distrito Federal
6.
Martius, Warming e Löfgren
Usam terminologia
Mesotrófico e distrófico
Cerradão se anuncia
No Grande Sertão: Veredas
O cerrado tem magia
7.
Chapadão do São Francisco
Planalto Central Goiano
Sertões de Paracatu
E até no sertão baiano
Araguaia Tocantins
E o Alto Paranaibano
8.
Complexo da Bodoquena
A depressão cuiabana
O Bico do Papagaio
E a Província Serrana
Depressão do Parnaguá
Vastidão araguaiana
9.
Paranapanema Grande
Chiquitânia, Bananal
Parecis e Grão-Mogol
Todo o Planalto Central
Brasília, Flor do Cerrado
Patrimônio mundial
10.
A florística cerratense
A mata estacional
O cerrado filocórnio
Tipo vegetacional
Pulsa com sua alquimia
Por todo Brasil Central
11.
Murunduns, Campo, gia-mãe
Dia e noite no cerrado
Miragens, meio do mato
No morro malassombrado
Hidrágua, águas emendadas
No sertão planaltinado
12.
Pequis, ipês, ribeirões
Miríades de vegetais
Os buritis na paisagem
Sombreiam os animais
Solidão ensimesmada
No abismo dos capinzais
13.
Cerrado de tantas serras
Chapadas e chapadões
Bisnau, Canastra, Cipó
Veredas e cerradões
Imperial e Veadeiros
Chapada dos Guimarães
14.
Campo-Limpo - de Cerrado
Cerrado de Pantanal
A savana florestada
Ralo, denso, covoal
Campo sujo de cerrado
Verdeja o buritizal
15
A vastidão do Cerrado
Por todo o Brasil Central
Mato Grosso e o do Sul
Maranhão, DF Legal
Bahia, Piauí, Tocantins
Em Minas, no veredal
16.
Bioma cerrado do Brasil
Ecossistema cerradão
Cerrado campestre; rupestre
De complexa formação
Florestas de galeria
Diversa vegetação
17.
Biodiversidade alta
Queimadas, desmatamento
A pecuária intensiva
Cada vez mais crescimento
Soja e arroz, carvoaria
Haja desenvolvimento
18.
Sagui, anta e tatu
Raposa e lobo-guará
Nhambu, veado e perdiz
Foram pra banda de lá
Fogo, erosão e morte
Vieram de lá pra cá
19.
Cidades e rodovias
Atividade madeireira
As altas temperaturas
O calor na dianteira
Com a baixa umidade
Sempre há uma fogueira
20.
Clima quente, chuva e seca
40º graus na primavera
O inverno sempre seco
Fica a chuva na espera
25 graus é a média
Uma seca atmosfera
21.
Raízes longas, caules retorcidos
Gramíneas em profusão
Árvores esparsas, arbustos
Na seca tem combustão
Tem incêndios criminosos
O fogo entra em ação
22.
Bem mais de mil milímetros
Média de precipitação
Dezembro e janeiro chove
Faz a multiplicação
Esverdeja o cerrado
E foge a seca do sertão
23.
A estiagem é bem forte
A seca tão avassaladora
Ressequimento do solo
Sem água para a lavoura
A pele da gente seca
Nossa garganta estoura
24.
Tropical clima sazonal
Chuva de outubro a abril
Seca de maio a setembro
No coração do meu Brasil
Tem esperança da chuva
Desejos a mais de mil
25.
Tem água sempre presente
A pouca profundidade
Água que brota no cerrado
Verte em boa quantidade
Mas o homem gasta muito
E provoca adversidade
26.
A destruição do cerrado
Por cidades e plantações
Expansão do agronegócio
Com diversas contradições
Os ecossistemas e biomas
E veredas nos cerradões
27.
Cerrado, sujo, rupestre
Secura, parque cerrado
Tem calor e veranico
A natura dá o brado
Soja devasta o mato
Com o fogo, trator, arado
28.
O cerrado dos arbustos
Tem araticum e lobeira
Ipês de diversos tipos
Variedades de madeira
Pitanga, mama-cadela
Pata-de-vaca e figueira
29.
A pimenta-de-macaco
A brejaúba e o buriti
A guariroba e o babaçu
Tem angico e bacupari
Aroeira com macaúba
O marmeleiro e pequi
30.
Tem araçá, jussara, baru
Tamboril e gameleira
Tem o capitão-do-mato
O manjoleiro e paineira
Tem embaúba, guatambu
O mulungu e quaresmeira
31.
Guapeva, veludo-branco
Marmelinho e gravatá
Cajuzinho e assa-peixe
Mangaba com jatobá
Vinhático, maria-pobre
Variedades de ingá
32.
Tem algodão-do-cerrado,
Pororoca, bromeliácias
Tem o pau-ferro e pau-terra
O rareio das cactáceas
Jenipapo, café-de-bugre
Gramíneas com orquidácias
33.
Xenatros tem com abundância
Marsupiais, mustelídeos
Tem roedores e quirópteros
Primatas e procionídeos
Cervídeos e ungulados
Tem felídeos e canídeos
34.
Abelhas, as vespas e cupins
Pintada, gato-palheiro
Mico, cachorro-do-mato
Queixada, veado-campeiro
Cotia, raposa-do-campo
Macaco-prego, mateiro
35.
Falcão-de-peito-vermelho
Macaco-aranha, saguí
Tatu-canastra, tatu-bola
Capivara, tapiti
Tem caititu, preá, anta
A cobra, paca, quati
36.
Cuíca e porco-espinho,
Preguiça e tamanduá
Ariranha, jaritataca
Jaguatirica, gambá
Lontra, irara e morcego
E o nosso lobo-guará
37.
Ação humana no Cerrado
Tem o risco de extinção
Os animais correm perigo
Fogo, morte, exploração
Natureza devastada
Em grave degeneração
38.
São muitas aves bem diversas
Viví, sabiá-laranjeira
Tem seriema, curicaca
Tem marreca-caneleira
Águia-cinzenta e tucano
A gralha, garça-campeira
39.
Pomba-asa-branca, irerê
Sabiá-do-campo, beija-flor
Mais anu-branco com anu-preto
O mergulhão, seu corredor
O picasso, bico-roxo
Belo canário cantador
40.
O andarilho, codorna
O periquito, bem-te-vi
A garrincha, saracura
O João-de-barro, o suriri
Papagaio-verdadeiro
Quero-quero e colibri
41.
Marreca-cabocla, sai-azul
Anhuma, garça do banhado
Guaxo, beija-flor-tesoura
Pássaro-preto afamado
Com a marreca ananaí
Querem bioma equilibrado
42.
Sob o calor do Cerrado
Com a sequidão da agrura
A boa chuva se prenuncia
Eleva-se a temperatura
Com a chuva brota vida
Amor aquece com a ternura
43.
Quase clima de deserto
A carcomer na atmosfera
Com o sertão na sua agrura
A seca nos desespera
Os pássaros pedem água
Com as flores da primavera
44.
Já sinto cheiro da chuva
A seca logo se esvai
Apagar o fogo ardente
Tão bailarina, a água cai
Leve a seca para longe
Que as nossas vidas, aguai
45.
As nuvens dançam balé
Relambeijam a umidade
Há muito tempo não chove
Chuva vem leve saudade
Com os seus pingos de alegria
Nos dê sua vivacidade
46.
Mil espécies de animais
No ambiente do Cerrado
Aves, répteis e anfíbios
No espaço modificado
Com moluscos e insetos
Do mundo invertebrado
47
Espécies de borboletas
Lepidóptera cosmovisão
As flores, aves e pássaros
O Cerrado em profusão
O grito da mãe natureza
No Planalto da Nação
48.
Manoel da natureza
Foi poeta da humildade
São Francisco em seu olhar
Com arte e naturalidade
O cosmo na sua linguagem
Despertou vivacidade
49.
Cheiro solar no arco-íris
A lagartixa e sapoal
Lesmas, rãs e caramujos
Mistérios do vegetal
As formigas, as aranhas
Os jacarés do Pantanal
50.
Venda, fazenda de gado
Bois, cavalos, humanimais
Garças, rãs, aves e flores
Árvores monumentais
Tatus, antas, capivaras
As onças e os marruais
51.
O Goiás do Anhanguera
Da poeta Cora Coralina
Bernardo Élis, Santa Dica
De Itiquira, Cristalina
E Dmda Serra dos Pirineus
Do Cerrado que ilumina
52.
Goiás Velho; Pirenópolis
De Anápolis e Catalão
Alto Paraíso, Luziânia
No altiplano da Nação
Formosa e Planaltina
Goiânia pulsa coração
53.
Nova Roma, Cavalcante
Morrinhos e Petrolina
As termas de Caldas Novas
A verve bem esmeraldina
Trindade, Itumbiara
Jaraguá e Pontalina
54.
Araguaia, Quente, Tocantins
Nas águas a transbordar
Em Jataí e no Rio Verde
Prosperidade a brotar
Nos garimpos de Goiás
O bom ouro pra transmutar
55.
Ceres e Padre Bernardo
Tem Paraúna e Abadiânia
Piracanjuba e Rialma
Em Ipameri e Silvânia
Cidade Edeia e Vianópolis
Em Jandira e Alexânia.
56.
Em Palmeiras de Goiás
Águas Lindas e Minaçú
Em Itaberaí, Indiara
Em Uruana e Uruaçu
Goianira e Niquelândia
Em Iporá e Campinaçu
57.
Posse, Alvorada do Norte
Anicuns e Quirinópolis
Aragarças e Porangatu
Aporé e Serranópolis
Em Aruanã, Cabeceiras
Em Inhumas, Amorinópois
58.
Hugo de Carvalho Ramos
A escrita consciente
As veredas da palavra
Que umedecem nossa gente
Vi Goianésia, Goiandira
E Goiatuba de repente
59.
Aparecida de Goiânia
Rio Vermelho e Maranhão
Corumbá e Meia Ponte
O Paranã na imensidão
Preto, Crixás e Areias
Goiás, alma do sertão...
60.
Vale da Lua, mistérios
A Chapada em sintonia
Luz, espiritualidade
Estrelas em sinfonia
Natura em equilíbrio
No coração da poesia
61.
Natureza, cachoeiras
A vida bem familiar
Na fazenda, pai e filho
O sol a nos iluminar
Os animais e as plantas
Muita história pra contar
62.
Aqui tudo é bom demais
Há pouca tecnologia
Tudo é menos complicado
Germinamor alegria
A natureza está na gente
Se vive mais harmonia
63.
Aqui é o chakra da Terra
Do mundo é o coração
Geologia bem antiga
De alta elaboração
Presença da divindade
No Planalto da Nação
64.
Árvores ressequidas clamam
Chamam pela umidade
O homem esquenta o clima
Sofre na adversidade
Preservemos o Cerrado
Para a vida ter qualidade
Gustavo Dourado